Pois bem, o semestre chegou ao fim e está na altura de fazer o balanço final.
Na primeira publicação fizemos a nossa apresentação e definimos as nossas expectativas em relação a esta unidade curricular. Resta agora terminar da mesma forma que iniciamos, mas desta vez tentando explicar de forma breve o resultado de muitas horas de trabalho e estudo. De facto independentemente da avaliação de que iremos ser alvo, o mais importante, e aquilo que realmente podemos levar connosco será sempre o novo conhecimento gerado, que irá definir o nosso valor enquanto futuros professores e treinadores.
Bruno Silva:
O valor de ciências como pedagogia e psicologia para futuros professores independentemente da sua área de ensino está mais do que provado. No entanto na área do treino ainda existe um longo caminho a percorrer. Não querendo criticar competências (pois se existe alguém a ter de provar valor serei eu, já que estou em inicio de formação), acredito ser necessário quebrar com o modelo de treinador tradicional. Os atletas não podem continuar a ser vistos como meras "máquinas" que executam determinada habilidade, e os treinadores não podem continuar a usar metodologias de treino simplesmente porque resultaram com eles no passado enquanto antigos atletas.
Como deixei claro na minha apresentação acredito numa abordagem holística de treino, e essa ideia saiu reforçada com todos os conteúdos expostos em psicologia do desenvolvimento. Se no treino com adultos é importante ter em consideração as características individuais de cada atleta, de forma a proporcionar boas situações de aprendizagem e bons níveis de motivação, no treino com crianças e jovens este aspeto torna-se ainda mais evidente.
Após tudo o que aprendi ao longo deste semestre torna-se ainda mais claro que para o treino com crianças ser eficaz, é necessário ter em consideração o seu nível de desenvolvimento real (físico e cognitivo), bem como seu nível de desenvolvimento potencial enquadrado com a sua faixa etária. Por outro lado não faz sentido a especialização precoce em determinado desporto, já que a criança precisa desenvolver todas as suas capacidade motoras.
Para terminar é de enorme importância quando se trabalha com crianças, não orientar o treino para a competição já que isso irá provocar enorme pressão e ansiedade, e vai afastar aqueles que devido a fatores maturacionais por exemplo, ainda não possuem habilidades e capacidades suficientes para ter "sucesso". Ao permitir e insistir neste tipo de formação estaremos a contribuir para a redução de auto-estima e de motivação para continuar na atividade.
A psicologia do desenvolvimento não oferece receitas milagrosas para lidar com os problemas que surgem no treino, no entanto acredito que ter alguma sensibilidade perante os processos psicológicos e os seus respetivos efeitos me pode ajudar a tomar decisões mais acertadas quando iniciar a minha vida profissional, e contribuir de forma positiva para o desenvolvimento dos atletas que se cruzarem comigo.
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