segunda-feira, 4 de junho de 2012

Envelhecimento: Mudanças fisicas e cognitivas

Já abordamos neste blog o desenvolvimento físico/cognitivo desde o nascimento até à adolescência, bem como alguns dos aspetos que intervêm no desenvolvimento da personalidade do ser humano. Falta agora falar um pouco sobre o processo de envelhecimento e das suas consequências.
Como já se pôde compreender por tudo o que foi exposto neste blog, os fatores intervenientes no  desenvolvimento humano são bastante complexos, e o envelhecimento não vai ser exceção.
O envelhecimento é um processo biológico que resulta do limite de divisões que uma célula suporta. Atingido esse limite a célula morre e por esse motivo os nossos tecidos e por consequência o nosso organismo vai-se deteriorando com a idade.
É um processo que depende de fatores genéticos e ambientais, e por esse motivo não ocorre de igual forma em todos nós. No entanto é algo pelo qual todos teremos de passar independentemente da nossa vontade.
O envelhecimento afecta-nos das mais variadas formas, seja a nível físico ou cognitivo. Aparentemente até a nossa perceção de tempo é alterada. Por exemplo, foram feitas experiências onde se cronometrava a perceção que jovens e idosos tinham de um minuto, e os jovens terminavam a sua contagem antes do minuto ter passado, já os idosos terminavam depois do minuto ter terminado. Ou seja as pessoas mais velhas marcam o tempo mais devagar, o que significa que o mundo à sua volta parece começar a andar "à sua frente".
Vamos então tentar perceber de que forma é que o envelhecimento afeta as capacidades físicas, cognitivas, bem como o bem estar emocional do ser humano.
Em primeiro lugar achamos importante referir alguns dos estereótipos mais comuns relacionados com os idosos, sendo eles:
  • Os idosos não são sociaveis e não gostam de se reunir
  • Gostam de jogar as cartas uns com os outros
  • Fazem raciocínios senis
  • São pessoas doentes que tomam muita medicação
  • São frágeis para fazer exercício físico
  • Divertem-se e gostam de rir
É importante por fim a estes estereótipos, já que não só transmitem uma ideia errada do processo de envelhecimento, mas também contribuem para o isolamento da população mais envelhecida. Para que isso seja possível nada melhor do que passarmos para os factos.

Mudanças físicas

Os aspetos mais visíveis são o aparecimento de cabelos brancos e rugas, perda de massa muscular, bem como diminuição da capacidade de visão e audição. A velocidade de reação e a coordenação também podem diminuir.
Até aqui nada de novo, todos sabemos que o envelhecimento provoca um declínio gradual das nossas capacidades físicas, mas será que essas mudanças não podem ser atenuadas? Já voltaremos a esta questão.

Mudanças cognitivas

Ao contrário das mudanças físicas e ao que normalmente se pensa, o declínio cognitivo não é substancial, podendo mesmo haver algumas áreas em que o desempenho pode melhorar (ex. vocabulário).
Os processos cognitivos tornam-se mais lentos, no entanto isto não significa que haja redução de capacidade, já que quando confrontados com a população mais jovem a única diferença está no tempo de execução e não no resultado final dos testes. Ou seja a diferença é quantitativa e não qualitativa, e com o treino essa perda de velocidade pode mesmo ser compensada e muitas vezes recuperada.
No que diz respeito à memória os idosos têm de facto menor capacidade de reter informação, no entanto mais uma vez não foram encontradas diferenças muito significativas.
Uma característica positiva do envelhecimento é o desenvolvimento de uma memória mais seletiva. Foram feitos testes, onde se pedia a jovens e idosos que observassem uma série aleatória de imagens, muitas delas com cargas emocionais diferentes. Os jovens conseguiam reter a maior parte das imagens, já os idosos não sendo capazes de reter tanta informação, tinham tendência para reter as imagens com uma carga emocional positiva. Ou seja com a idade começamos a reter a informação mais interessante e mais significativa para as nossas vidas.

Mudanças emocionais

No que diz respeito ao plano emocional não existe nenhuma tendência definida. Como já discutimos na teoria de desenvolvimento psicossocial de Erikson na publicação anterior, o ajustamento saudável a todas as mudanças impostas pelo envelhecimento depende de uma evolução positiva da nossa personalidade, do nosso "self", que se inicia com o nascimento e apenas termina com a nossa morte.

Conclusões Gerais

Em primeiro lugar é importante destacar que envelhecimento não é uma doença, mas sim um processo natural de todos os seres vivos. É necessário lutar contra preconceitos e contrariar estereótipos promovendo um estilo de vida saudável e ativo ao longo de todas as fases da nossa vida.
Como explicamos nesta publicação, a capacidade de aprendizagem não se perde com o envelhecimento desde que se faça uso continuo das nossas capacidades cognitivas. Ao mesmo tempo, e agora mais relacionado com a nossa área, o declínio das nossas capacidades físicas pode ser atenuado com a prática regular e adequada de exercício físico.
Os benefícios do desporto são enormes e verificam-se em várias dimensões. Estudos com idosos demonstram melhorias na capacidade física, que por sua vez possibilitam uma maior autonomia e por consequência melhoram a auto-estima e a qualidade de vida em geral. Sendo o desporto um acto social, também promove a interação entre a população, melhorando assim as suas capacidades cognitivas e sociais, que resultam numa satisfação com a vida lutando contra o isolamento.
Para que estes benefícios sejam alcançados é no entanto necessário compreender as motivações que levam os idosos a praticar desporto, que na sua maioria prende-se com o acto social em si e não com o rendimento. No entanto relembramos que não existem fórmulas no desporto e é necessário estar atento às necessidades individuais de cada um de forma a evitar o afastamento.

Para terminar e tentar quebrar de vez com os estereótipos enraizados na nossa sociedade, deixamos um dado estatístico interessante e ao mesmo tempo preocupante, e que temos o dever de tentar mudar:
"60% dos idosos não têm limitações físicas para a pratica de atividade física... mas só 3% pratica exercício físico com assiduidade!"

1 comentário:

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